# 4710



Tenho no corpo esses dias que nos enlaçam.
E no desejo, dias maiores.

I have in my body these days that bind us.
And in my desire, longer days.

Texto | Text: Ana Miguel Socorro
Fotografia | Photography: Carla Sofia Sousa

# 4709



alma
sem
tecto
deseja
corpo
alado

soul
without
roof
desires
winged
body

Texto | Text: Mafalda Carmona
Fotografia | Photography: Karen Ghostlaw Pomarico

# 4708



Fulguram impossibilidades à minha volta.

Impossibilities flicker all around me.

Texto | Text: Mónia Camacho
Fotografia | Photography: Ana Cichowicz

# 4707



Dia não, dia sim, amanheces orvalho e apagas-me horizonte.

Every other day, you rise dew and erase me horizon.

Texto | Text: Márcia Oliveira
Fotografia | Photography: Maria Ankhimyuk

# 4706



É difícil ser íntimo.

It's hard to be intimate.

Texto | Text: Andreia Azevedo Moreira
Fotografia | Photography: Edwin Eduard Boering

# 4705



Uma mão a agarrar o tempo, outra a agarrar a esperança. Assim é a vida.

One hand grasping time, the other grasping hope. Such is life.

Texto | Text: Paulo Kellerman
Fotografia | Photography: Narija Mada

# 4704



Amigos são corações-abrigo.

Friends are shelter-hearts.

Texto | Text: Joana M. Lopes
Fotografia | Photography: Catherine Sclear

# 4703



Quero mostrar-te um segredo. Fecha os olhos.

I want to show you a secret. Close your eyes.

Texto | Text: Paulo Kellerman
Fotografia | Photography: Teresa Maria dos Santos

# 4702



Os humanos perdem humanidade quando não se tocam. E é também na pele que o sentimento existe e se expande.

Humans lose humanity when they don't touch each other. And it is also in the skin that feeling exists and expands.

Texto | Text: Mónia Camacho
Fotografia | Photography: Maria Moreno

# 4701



A flor da pele nasce de um toque.

The blossom of the skin is born from a touch.

Texto | Texto: Viviane Lucas
Fotografia | Photography: Madame Liné

# 4700



Esta cama é um palco de amor.

This bed is a stage for love.

Texto | Text: Joana M. Lopes
Fotografia | Photography: Vanda Cristina

# 4699



É a sentir a liberdade dos outros que me acontece ser eu.

It is when feeling the freedom of others that I happen to be myself.

Texto | Text: Mónia Camacho
Fotografia | Photography: Semmada Arrais

# 4698



Uma mão a agarrar o tempo, outra a agarrar a esperança. Assim é a vida.

One hand grasping time, the other grasping hope. Such is life.

Texto | Text: Paulo Kellerman
Fotografia | Photography: Silke Schönborn

# 4697



Olho para o céu: o azul nunca vai acabar. É a única convicção que tenho.

I look at the sky: the blue will never end. It is the only conviction I have.

Texto | Text: Mónia Camacho
Fotografia | Photography: Cláudia Rosa

# 4696



É tudo o que sou
Pequeno grão, e outro ainda
De dor ou alegria

Eco em queda silenciosa
Corro livre no paraíso


Everything I am
A tiny grain, one by one
Lies on fear or joy

Silent echo in the fall
Running towards paradise

Texto | Text: Mafalda Carmona
Fotografia | Photography: game.animal

# 4695



Conto todos os claros segundos da noite e amanheço contigo. Entorpecida, sussurro silêncios.

I count every clear second of the night and wake up with you. Numb, I whisper silences.

Texto | Text: Márcia Oliveira
Fotografia | Photography: Marilyn Strauss

# 4694



coração
remendado
procura
reservado
guarda-sol
riscado

patched
heart
seeks
reserved
striped
sunshade

Texto | Text: Mafalda Carmona
Fotografia | Photography: Julie Flam

# 4693



Viste os meus sonhos? Não os encontro. Para onde achas que fugiram? Preciso deles...

Have you seen my dreams? I can't find them. Where do you think they fled? I need them...

Texto | Text: Cristina Vicente
Fotografia | Photography: Sílvia Bernardino

# 4692



Futuro: janela de luz num quarto escuro.

Future: window of light in a dark room.

Texto | Text: Joana M. Lopes
Fotografia | Photography: Pedro Martins

# 4691



o meu coração transborda de quente bom
no esplendor do corpo feito chão
que vestes de beijos

my heart overflows with warm good
in the splendor of the body made ground
that you clothe with kisses

Texto | Text: Isabel Pires
Fotografia | Photography: Victoria Petlitskaya

# 4690



Fulguram impossibilidades à minha volta.

Impossibilities flicker all around me.

Texto | Text: Mónia Camacho
Fotografia | Photography: Agnes Burger

# 4689



É a sentir a liberdade dos outros que me acontece ser eu.

It is when feeling the freedom of others that I happen to be myself.

Texto | Text: Mónia Camacho
Fotografia | Photography: Marcelo Celeste

# 4688



Esta cama é um palco de amor.

This bed is a stage for love.

Texto | Text: Joana M. Lopes
Fotografia | Photography: Cristina Vicente

# 4687



Cada página virada, uma viagem para dentro de si.

Every page turned is a journey into yourself.

Texto | Text: Renata Barbosa
Fotografia | Photography: Vilma Serrano

# 4686



As crianças são unas com as nuvens.

Children are one with clouds.

Texto | Text: Joana M. Lopes
Fotografia | Photography: Jelena Stankovic

# 4685



À tua espera, passo os dias a inventar razões para o amor.

Waiting for you, I spend my days inventing reasons for love.

Texto | Text: Mónia Camacho
Fotografia | Photography: Mauricio d'Ors

# 4684



De quantas esperas é feito o amor?

How many waits is love made of?

Texto | Text: Paulo Kellerman
Fotografia | Photography: Gwen Julia

# 4683



Viajo-te nos atalhos do desejo.

I travel you on the shortcuts of desire.

Texto | Text: Joana M. Lopes
Fotografia | Photography: Elsa Martins

# 4682



Pode o silêncio
ser o maior dos estrondos
que já ouvi?

Can silence
be the loudest of all noises
I’ve ever heard?

Texto | Text: Maria Ervilha
Fotografia | Photography: Geralda de Graaf

# 4681



Encontro

Encontrei há muito, muito tempo,
Um coração sem um homem
Aconchegado num ninho
Na profunda floresta.

Então, se encontrares
Alguém que se desvanece
Pelo menos uma vez, na tua boa vida,
Conta-lhe esta história de amor verdadeiro.


Encounter

Long, long ago, I found
A heart without a man,
Nestled in a haven
Deep within the woodland.

So, if you encounter
Someone fading away,
At least once, in your good life,
Share with them this tale of true love.

Texto | Text: Mafalda Carmona
Fotografia | Photography: Nadir Social Lens

# 4680



Mansardas

Quartos de mansarda têm tectos baixos
Inclinados como o meu pensamento
E neles ouvem-se bem as tempestades
Ficam no último andar de hotéis antigos
E graníticos sem varandas para o mar
Quartos de mansarda têm cadeirões
Abandonados e vazios com a forma do teu corpo
Junto a janelas exíguas com cortinas curtas
Quartos de mansarda têm camas por desfazer
Amantes ausentes e noites longas
Ficam mais perto do céu
Com virgens assexuadas
E analfabetos do amor como hóspedes
Dos quartos de mansarda avistam-se
Anjos caídos nos telhados das cidades
Porque perderam as asas.


Mansards

Mansard rooms have low ceilings
Sloping like my thoughts
And in them you can hear the storms
They're on the top floor of old hotels
And granitic with no balconies overlooking the sea
Mansard rooms have armchairs
Abandoned and empty with the shape of your body
Next to small windows with short curtains
Mansard rooms have unmade beds
Absent lovers and long nights
Are closer to heaven
With asexual virgins
And illiterate lovers as guests
From the mansard rooms you can see
Fallen angels on city rooftops
Because they've lost their wings.

Texto | Text: Ana Paula Jardim
Fotografia | Photography: Sverre Følstad

# 4679



Disseram-me no outro dia que para perdoar quem amavam precisavam de tocar. De ver. De sentir. Não posso aceitar que o Amor, por ser invisível, deixe de existir. É exatamente por ser invisível que se torna gigante, sem pesar. E vive dentro de nós, a transbordar, sem nos doer. E, por isso, se torna subtilmente visível. Este Amor transparente.

Someone told me the other day that in order to forgive the one they loved, they needed to touch. To see. To feel. I can't accept that Love, because it's invisible, ceases to exist. It's precisely because it's invisible that it becomes giant, weightless. And it lives inside us, overflowing, without hurting us. And so it becomes subtly visible. This transparent Love.

Texto | Text: Maria João Faísca
Fotogvrafia | Photography: Mariana Costa

# 4678



Tempo é tudo o que não tenho dentro de mim.

Time is everything that I don't have inside of me.

Texto | Text: Andreia Peixoto
Fotografia | Photography: Alex Glavtchev

# 4677



Quando a afectividade tem hora marcada, a espontaneidade tem os dias contados. PS: Abraça-me sempre que quiseres.

When affection has a set time, spontaneity has limited days. PS: hug me whenever you want.

Texto | Text: Márcia Oliveira
Fotografia | Photography: Valéria Cunha

# 4676



A luz mais intensa pertence ao sol e aos que ousam.

The brighter light belongs to the sun and to those who dare.

Texto | Text; Andreia Azevedo Moreira
Fotografia | Photography: Vlad Hrynko

# 4675



Dentro de mim permanece a minha liberdade, intensa e caótica. Em ebulição permanente. À procura de uma janela.

Within me remains my freedom, intense and chaotic. In permanent ebullition. Looking for a window.

Texto | Text: Paulo Kellerman
Fotografia | Photography: Ana Gilbert

# 4674



Não adormeças e espera por ti.

Don't fall asleep and wait for you.

Texto | Text: Ana Miguel Socorro
Fotografia | Photography: Larry Williamson

# 4673



Pode o silêncio
ser o maior dos estrondos
que já ouvi?

Can silence
be the loudest of all noises
I’ve ever heard?

Texto | Text: Maria Ervilha
Fotografia | Photography: Matteo Magni (Ubris Project)

# 4672



Não quero bússolas nem mapas, já só me guio pelo sol que trazes nos olhos.

I don't want compasses or maps, I'm only guided by the sun you bring in your eyes.

Texto | Text: Márcia Oliveira
Fotografia | Photography: Noah Jordan

# 4671



É sempre um risco chegar tão à beira de um olhar.

It's always a risk to get so close to a look.

Texto | Text: Viviane Lucas
Fotografia | Photography: Agnes Burger

# 4670



O tempo desliza devagar pelo corpo.
Agarra-se à pele.
Quer ficar.

Time slips slowly through the body.
It holds on to the skin.
It wants to stay.

Texto | Text: Paulo Kellerman
Fotografia | Photography: Semmada Arrais

# 4669



Sem intelecto, raciocínio ou análise, dispo sequencialmente sete peças de roupa e o medo do desejo.

Without intellect, reasoning or analysis, I sequentially lay out seven pieces of clothing and the fear of desire.

Texto | Text: Márcia Oliveira
Fotyografia | Photography: Dean Garlick

# 4668



Deus construiu o mundo com banalidades. Delas, fez-se o extraordinário.

God built the world with banalities. From them, the extraordinary was made.

Texto | Text: Ana Miguel Socorro
Fotografia | Photography: Sandra Fine

# 4667



A casa era o lugar da paz e da tormenta

A luz mais clara
Começava a declinar-se
Pelos corredores silenciosos
Estreitavam-se todas as vozes
Entre as paredes da memória

Mal a percorríamos
Com passos acomodados
Ouvíamos pelas suas frestas
É preciso deixar estalar a cal
É preciso deixar morrer os retratos

A casa era o lugar mais longo do desapego


The house was the place of peace and storm

The clearest light
Started to decline
Though the silent corridors
All voices were narrowed
Between the walls of memory

We barely walked it
With comfortable steps
We heard through its cracks
It’s necessary to let the lime crack
It’s necessary to let the portraits die

The house was the longest place of detachment

Texto | Text: Maria Moreno
Fotografia | Photography: Frankie Boy

# 4666



Será de amor a estória que se conta em gestos perdidos na iminência do seu existir?

Is love the story that is told in gestures lost in the immediacy of its existence?

Texto | Text: Catarina Vale
Fotografia | Photography: Vilma Serrano

# 4665



Em troca de um amor para sempre, jurou-lhe um poema por dia. Ilusão por ilusão.

In exchange for love forever, she swore to him a poem a day. Illusion for illusion.

Texto | Text: Ana Miguel Socorro
Fotografia | Photography: Luciano Paz

# 4664



Há um mapa nos meus pés.

There's a map on my feet.

Texto | Text: Ana Miguel Socorro
Fotografia | Photography: Raquel Sousa

# 4663



A casa era o lugar da paz e da tormenta

A luz mais clara
Começava a declinar-se
Pelos corredores silenciosos
Estreitavam-se todas as vozes
Entre as paredes da memória

Mal a percorríamos
Com passos acomodados
Ouvíamos pelas suas frestas
É preciso deixar estalar a cal
É preciso deixar morrer os retratos

A casa era o lugar mais longo do desapego


The house was the place of peace and storm

The clearest light
Started to decline
Though the silent corridors
All voices were narrowed
Between the walls of memory

We barely walked it
With comfortable steps
We heard through its cracks
It’s necessary to let the lime crack
It’s necessary to let the portraits die

The house was the longest place of detachment

Texto | Text: Maria Moreno
Fotografia | Photography: game.animal

# 4662



o fim é isto: acaba em mim o que para ti possa ser um começo. ou não.

this is what the end is: it stops with me what may be a beginning for you. or not.

Texto | Text: José Manuel
Fotografia | Photography: Theo Bunge

# 4661



Amar torna-se a busca da nossa própria eternidade, dentro da imortalidade que vemos no outro.

Love becomes the search for our own eternity, within the immortality we see in the other.

Texto | Text: Joana M. Lopes
Fotografia | Photography: Carla Sofia Sousa