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"A poesia serve apenas para te pôr no meu mundo."

Texto: Jorge Gomes Pereira
Foto: Mónica Brandão

1 comentário:

  1. Mundo meu, eu sei, que devagar, devagarinho, estás de partida para o Outro Sonho Maior, que as tuas frágeis mãos se tentam esconder da Luz da Palavra Maldita, pois os Alfabetos proibiram por decreto, que Morfeu aninhasse em seu regaço, os pontos e as vírgulas, para as Palavras poderem ficarem libertas dos Tiranos das Consciências. Sim, eu sei Mundo meu, que agora as Palavras e as Frases não passam de absurdos matemáticos, pois não são mais do que linhas rectas e contínuas, onde a geometria das formas e do movimento deixaram de existir, parcelas nuas e cruas, isentas de melodia, vazias de adjectivos e de paisagens deslumbrantes, onde a dor, a chama, a aventura e o amor, foram esquecidos… Mundo meu, eu sei, que as Palavras estão em agonia, esperando que o fim das Eras as venham buscar, para descansarem em paz nos jazigos do esquecimento… Mundo meu, não sei, onde estão os Poetas deste País?

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